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Agronegócio

Geo Energética amplia aposta no biogás da agroindústria

14/06/2021

Companhia pretende construir três plantas de biogás, com R$ 300 milhões em investimentos

Fonte: Valor Econômico

Por Letícia Fucuchima - De São Paulo

A Geo Energética está reforçando sua aposta no biogás produzido a partir de resíduos da agroindústria. Depois dos acordos bem sucedidos com usinas sucroalcooleiras da Raízen e Cocal, a companhia planeja dar início, neste ano, a uma série de novos projetos para explorar o chamado “pré-sal caipira”.

Por meio de parcerias, a empresa pretende construir três plantas de biogás. Ao todo, os projetos somarão R$ 300 milhões em investimentos, e uma capacidade de 40 megawatts (MW) de energia elétrica e biometano equivalente.

Para produzir o gás “verde”, a empresa quer ir além do resíduo da cana-de-açúcar, matéria-prima já usada nas plantas operacionais. Mas, por questões estratégicas, não revela quais insumos está buscando. A expectativa é de que os projetos possam começar a ser implementados neste ano e entrem em operação entre o fim de 2022 e início de 2023.

Segundo o presidente da Geo Energética, Alessandro Gardemann, os empreendimentos usarão o biogás tanto para geração de energia elétrica, quanto para produção de biometano. No caso da energia, as unidades se encaixam na modalidade “geração distribuída”. Já o biometano irá substituir o diesel na frota das usinas e também será distribuído na região.

Outra via de expansão do portfólio está nos leilões do mercado regulado de energia. A companhia habilitou projetos junto com a Raízen e a Cocal para os leilões “A-4” e “A-5”, de energia existente, marcados para o dia 25 de junho. "É a primeira vez que o biogás pode participar dos leilões de gás natural, ele sempre entrava como biomassa (...) É uma grande oportunidade, porque nossos projetos são descentralizados, de rápida implantação, e geram energia firme, renovável e despachável”.

Para Gardemann, os empreendimentos conseguirão ser competitivos no certame, principalmente porque trazem previsibilidade de preços. Ele avalia que esse é um diferencial importante em relação às térmicas movidas a gás natural, cujos preços estão atrelados ao dólar e ao mercado internacional.

Fundada em 2008, a Geo Energética tem hoje três plantas de biogás no portfólio, que somaram R$ 450 milhões em aportes, realizados junto com as empresas parceiras. Seu maior empreendimento é fruto de uma joint venture com a Raízen: localizada em Guariba (SP), a planta tem 21 MW de capacidade instalada e comercializa energia elétrica nos mercados regulado e livre.

Em agosto, a companhia deve inaugurar seu terceiro projeto, que integra produção de energia elétrica e biometano. Desenvolvido com a Cocal e a GasBrasiliano, distribuidora do noroeste paulista, o empreendimento prevê a construção de 65 km de rede para levar o biometano da usina em Narandiba (SP) até Presidente Prudente (SP), onde atenderá residências, comércio, indústrias e veículos leves e pesados movidos a GNV.

Embora esteja há bastante tempo no mercado, os negócios da Geo Energética ganharam mais fôlego recentemente, com o fortalecimento da agenda “ESG” (sigla para governança ambiental, social e corporativa) e a abertura do mercado de gás. “Agora a imagem do biogás está mudando, os ventos estão favoráveis. Estamos criando um monte de ‘poços’ de gás espalhados, que não se esgotam, são renováveis, e sem correr risco exploratório”, diz o presidente.

Em paralelo, a companhia também está olhando para projetos de hidrogênio verde, a partir da tecnologia de “reforma a vapor do metano”. “Todo mundo está indo pela rota da eletrólise da água, mas podemos usar os ativos já existentes de ‘reforma de vapor’,
só que trocando por biometano”. 

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