09/05/2022
CEO da empresa destaca que unidade da Uisa já tem licença de instalação e que as obras devem iniciar em breve
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana
Repórter viajou a Londrina a convite da Geo Biogás & Tech
O mais recente anúncio do setor sucroenergético para investimento em biogás foi o da Raízen. A sucroenergética comunicou, em abril, a construção de uma nova unidade, em Piracicaba (SP), dedicada à produção de biometano e que deve ser inaugurada em 2023.
Um pouco antes, em fevereiro deste ano, a Uisa (antiga Usinas Itamarati) anunciou um investimento de R$ 220 milhões para produção de biogás a partir dos resíduos da cana-de-açúcar com uma planta anexa ao complexo industrial localizado em Nova Olímpia (MT).
O que os dois projetos têm em comum é a parceria com Geo Biogás & Tech, que trabalha com soluções para a implementação de unidades de biogás. Na última terça-feira, 3, o NovaCana participou da primeira edição do Geo Day, ocasião em que foram apresentados os principais desafios e soluções relacionados a biogás e biometano.
Em entrevista, o CEO da Geo, Alessandro Gardemann, afirmou que esses projetos são só o começo: “A nossa ideia é fazer mais 35 unidades até o final da década. Temos 35 usinas na Raízen e a ideia é fazer em outras 35 unidades de cana até o final da década, o que daria um potencial de mais 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia. É explorar e replicar os modelos de negócio via tecnologias desenvolvidas”.
Ele acrescenta que 90% do potencial de produção do biogás está no agronegócio, considerado o foco da Geo.
Gardemann ainda detalhou que a planta da Uisa já tem licença de instalação e que as obras devem começar em breve. “É uma planta em uma região interessante e de bastante potencial. Será biogás, biometano e energia elétrica. Estamos conversando com bastantes usinas, o objetivo é mostrar que está consolidado”, relata o CEO sobre o modelo de negócio da companhia.
De acordo com ele, embora as plantas maiores se beneficiem mais com os projetos de biogás, tornando-se mais competitivas, o modelo funciona para todos os tamanhos de plantas. “Queremos fazer com todo mundo. O bom é que o biogás é democrático”, complementa Gardemann.
Após a produção, é preciso pensar em como o gás será distribuído. Há duas vias: por dutos ou rodovias. O CEO da Geo enxerga que ter as duas opções é importante para que sejam usadas conforme as possibilidades da usina. Ter um duto próximo à unidade, com indústrias querendo comprar o biometano, torna o cenário mais fácil, mas Gardemann complementa que nem todas se localizam “à beira de um duto”, podendo optar pelo transporte rodoviário.
Segundo o executivo, há apoio para o maior desenvolvimento de dutos tanto em São Paulo como em outros estados.
Sobre as principais motivações que levam as empresas a adquirirem o biometano, o CEO enxerga “o conjunto da obra”, com a previsibilidade de preço sendo apenas uma das vantagens.
“A força do biogás é essa. Ele tem um benefício econômico; substitui outros combustíveis mais caros, como GLP e diesel; tem claro benefício ambiental; e a produção é perto do consumo, o que garante fornecimento e menos risco associado”, enumera.